“Venci, até o câncer nos EUA" - História da Cat Silu

Data de publicação: 01/06/2024

Em 2012, Silu lançou um livro chamado "Diário de uma Ex-Gordinha", contando como foi o processo de emagrecimento que ela enfrentou desde os 17 anos. Como sempre foi muito espontânea, o livro foi um sucesso, mas como muitos brasileiros e imigrantes do mundo inteiro, ela veio aos Estados Unidos em busca de trabalho, pois tinha quebrado no Brasil. Então, em 2015, chegou em Miami.

A vida de um imigrante na América não é nada fácil, a Cat disse que parece que ela já viveu várias vidas, todas em uma só, pois cada fase é tão marcante que não parece linear, parece que são várias 'Silus' surgindo de cada uma dessas fases. Entretanto, no meio de todo aquele perrengue, existe o amor. Aos 37 anos, Silu conheceu o Zack, que na época tinha 20 anos e fazia faculdade.Não há idade para o amor, né? Zack é das Guianas, na fronteira com o Brasil - só fala inglês. Um ano depois do começo do namoro, já estavam casados. Quando estava prestes a lançar o seu livro nos Estados Unidos, em espanhol, recebeu o seu diagnóstico de câncer de mama.

O diagnóstico

Lá em 2015, quando chegou nos EUA, Silu já sentia uma descamação no bico do seio, como se estivesse bem ressecado. Durante o banho, às vezes a pele chegava até a cair e depois, se não secasse bem, o sutiã abafava e chegava a grudar. Então, estava sempre sangrando esse bico do seio. Ela foi ao médico, que disse ser uma alergia e receitou uma pomada antialérgica. Parecia cicatrizar, mas após dois meses o processo recomeçava. E ficou assim por dois anos.

Outro sintoma que ela sentia era sonolência. Ela sentia muito sono, como se estivesse cansada o dia inteiro. Ela treinava, voltava para casa e dormia. Então, achava que treinava demais ou que era alguma coisa hormonal. Além disso, relembra que sentia muito calor, suava demais, parecia ser até uma menopausa ou, quem sabe, o climatério. Mas pensava: "menopausa com 39, será que não está cedo demais?"

Mais uma vez, junto com o marido, decidiu procurar outro médico. Nessa consulta, o médico olhou e pediu para fazer uma biópsia (algo que deveria ter sido feito já na primeira consulta, mas o outro médico nunca deu importância àquela ferida). Dez dias depois, ela voltou ao consultório médico e recebeu o diagnóstico: "Infelizmente, deu positivo. Foi diagnosticado um tipo de câncer bastante raro, chamado doença de Paget, que começa pelo bico do seio. Você está com câncer."

Ela lembra de pedir licença para o médico, entrar no banheiro e se permitir chorar por uns 10 segundos. Secou as lágrimas, voltou para falar com ele e perguntou: "E agora, o que eu faço?" Pois como não tinha plano de saúde, o médico aconselhou que ela voltasse para o Brasil, onde poderia se tratar muito bem. Mas ela não queria sair dos Estados Unidos, afinal estava em processo de obter o green card e certamente o perderia se saísse naquela situação.

Então, a Cat começou a fazer suas pesquisas e descobriu um hospital chamado Memorial, que tem um fundo que arrecada recursos para pessoas diagnosticadas com câncer e que não têm plano de saúde. Pessoas sem condições, imigrantes, pessoas sem visto. Chegando lá, o atendente foi muito bacana. Ele juntou toda a papelada dela e comentou que sua mãe havia morrido de câncer e garantiu à Silu que ela não ia morrer; e pois a ajudaria a ser aprovada. E assim aconteceu: ela foi aprovada para tudo que precisasse fazer e pagaria apenas 25 dólares cada vez que fosse ao hospital!

Após seu tratamento, sua mãe foi diagnosticada com o mesmo Câncer

Silu fez seis sessões de quimioterapia. Assim que acabou o seu tratamento, sua mãe foi diagnosticada com o mesmo tipo de câncer, um HER negativo, aos 61 anos. E ela acompanhou muito por telefone, pois não podia ir ao Brasil naquela época devido à pandemia. Pelo que percebeu, o tratamento foi muito similar. Até os cuidados que a mãe recebia e os conselhos dados pelos enfermeiros eram bem parecidos com os dela.

O Hospital Memorial é incrível. A Silu foi apresentada ao oncologista, a equipe cirúrgica e ainda recebeu um grande apoio de psicólogos e de toda equipe multidisciplinar. Até hoje ela frequenta esse hospital maravilhoso, onde eles mesmos marcam suas consultas, pois participa da navegação de pacientes e o acompanhamento é super tranquilo. Há muito cuidado naquele hospital, pessoas nas sessões para leitura da Bíblia, pra trazer um doce, cobertores e até perucas! Uma dedicação enorme. Apesar do grande sofrimento para todos, esse carinho era um alento pra ela.

Gravidez e a cura

O tratamento é sofrido, mas a força da Silu foi incrível. Ela tirava força de onde nem sabia, mas estava sempre positiva. Ela viu uma grande transformação em tudo isso e diz que os médicos e a medicina a curaram, que Deus a curou, mas que a cura maior veio de dentro dela.

Antes de começar o tratamento, ela teve a oportunidade de congelar os óvulos. Comentou que o procedimento foi difícil, precisou fazer uma pequena cirurgia, mas depois se deu super bem com os hormônios e conseguiu guardar cinco óvulos. Depois de tudo, ela e Zack terão um menino. Já está entrando no 6º mês de gravidez e eles estão cheios de planos. Ela engravidou mesmo na menopausa através de uma FIV.

E como está a Silu hoje em dia?

Lançou o seu livro “Diario de Una Ex Gordita”, versão em espanhol, no meio do tratamento oncológico e inspirou milhares de mulheres a vencer o câncer com otimismo!
Antes, o médico pedia para ela comprar uma caixa de remédio e ela não tinha dinheiro. Hoje, ela e o marido estão investindo em uma casa numa ilha. Uma ilha mesmo, sem ponte, sem nada, que só se chega de barco. É uma casa container com uma fachada toda de vidro, que será uma Airbnb Experience, um negócio muito diferente e que está virando um reality show.

A Cat Silu venceu!

Leia o livro "Diário de uma ex-gordinha" (Edição em Português)

@silumiami


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