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O resultado: Osteossarcoma de 3º grau
Data de publicação: 08/07/2023
"Descobri meu câncer em abril/2021.
Tinha muitas dores na perna que eu controlava com remédios, desde 2019. Comentava com algumas pessoas e ninguém dava importância ou diziam que era frescura minha, mas não aguentava andar muito.
Morava em Osasco/SP e caminhando numa subida, torci meu pé. Fui ao hospital e depois do RX a médica identificou algum problema e pediu uma ressonância magnética. Esperava ansiosa o resultado e comecei a procurar no Google o que poderia ser. Uma das opções aparecia osteossarcoma... câncer. Mas, imagina que eu teria câncer!
Depois de 4-5 dias peguei meu exame pela internet e vi o resultado: Osteossarcoma, 3º grau, e já tinha que tratar!
Fiquei uns 3 dias sem falar com ninguém sobre isso, pensativa!
Tive que sair de SP, local que amo e voltei para o Estado do PR, para ficar ao lado da minha família que me acolheu e fui me tratar no Hospital do câncer UOPECCAN.
A queda do meu cabelo e sobrancelha foi difícil demais pra minha história como mulher trans, porque eu não via mais a Diana, não via mais minha força, aquela mulher poderosa que enfrentou tantas coisas... e deixei me abater mesmo no meu tratamento.
Na época achei que tinha um relacionamento, mas estava namorando sozinha! Deixei isso também me abater na época e fiquei triste com minha aparência, tive trombose, enfisema pulmonar, devido às quimioterapias. Fiquei ainda mais doente e não queria sobreviver, queria morrer, porque não tinha forças, estava muito triste, mesmo antes de amputar a perna.
Depois que amputei a perna, as coisas pioraram demais.
Apesar do tratamento ter sido no Sul do país (no PR), um Estado mais preconceituoso, eu não passei preconceito no Hospital, a não ser por alguns enfermeiros e enfermeiras que me chamavam de ELE. Por essa coisa de não ter cabelo e estar com essa aparência, eu me sentia muito mal, cada vez que alguém me chamava de ELE, porque eu nunca fui ELE.
Senti que perdi minha vida, minha personalidade, a Diana não existia mais! Foi muito difícil ser chamada de ELE, eu falei que tudo que construí, eu perdi.
E agora, que as coisas estão acontecendo, ainda assim é triste. Meu cabelo está crescendo de volta e minha autoestima está voltando, mas ainda não me aceito 100% como uma pessoa amputada. Tem dias e dias, principalmente as questões financeiras que estou passando".
Diana Oliveira - @dianamariaol