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Episódios de câncer relacionados ao trabalho
Data de publicação: 30/11/2020
“Temos uma quantidade expressiva de agentes carcinogênicos e muitas dessas substâncias podem ser encontradas no ambiente de trabalho”, resume o médico Alfredo Scaff, consultor da Fundação do Câncer, no RJ.
Se o contato com os composto for esporádico, o perigo é pequeno. Porém, ao se submeter a anos de exposição sem qualquer tipo de proteção aumenta muito a probabilidade de o trabalhador desenvolver câncer.
Um dos elementos dessa lista é o benzeno. Dessa forma, a exposição frequente a esse agente está ligada a cânceres no sangue, como a leucemia. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), pessoas que trabalham na siderurgia, na produção de tintas, na fabricação de plástico, na indústria de borracha (com pneus e outros produtos) e como frentistas em postos de gasolina estão especialmente sujeitas à convivência com o benzeno.
Mas, não somente os composto químicos merecem destaques, já que os físicos devem ser vistos com cautela também. Um exemplo é a alta exposição solar típica de certos empregos (agricultores, carteiros, treinadores de corrida de rua). Afinal, está mais do que comprovado que a radiação ultravioleta dispara processos que culminam em câncer de pele.
Por que o assunto é urgente
Cerca de 10% dos tumores malignos têm como pano de fundo os tais carcinogênicos ocupacionais. É muita coisa. “Se as empresas seguirem as normas que já existem, seria um grande passo para a proteção da saúde do trabalhador”, analisa Scaff.
Nas atividades realmente insalubres, deve ocorrer a maior automação possível e o uso de equipamentos que distanciem o funcionário da principal fonte de contaminação.
“Outra medida importante é banir determinados produtos cancerígenos do processo industrial”, adiciona.
Isso aconteceu recentemente por aqui com o asbesto (ou amianto), uma fibra demandada em diferentes produtos da construção civil — telhas, caixas d´água e por aí vai — e que foi muito explorada comercialmente no Brasil.
Além disso, a empresa precisa empoderar o colaborador com informação. “Ele tem que saber onde está trabalhando, quais os processos em que está envolvido, quais equipamentos deve usar e quais os produtos que está manipulando”, enumera Scaff.
Fonte: VEJA Saúde