Cris Luz: "A mulher de bolsa"

Data de publicação: 06/04/2024

Cris Luz: a figura perfeita de uma família linda! Ela, com 36 anos, bela e charmosa, mãe em período integral de dois filhos pequenos, uma de 7 e outro de 4 anos, a Maria e o João. Tanto ela, quanto seu marido estavam na mesma sintonia, os dois se amavam e resolveram fazer a laqueadura depois dos filhos já um pouco crescidos.

Antes mesmo do procedimento, a Cris vinha sentindo um desconforto no abdômen, muitas vezes sentia dores que a levaram até para a emergência. Já tinha falado com sua médica sobre essa dor pélvica e um pequeno sangramento recorrente no mês, mas ela conta que pensou ser normal: “ah, minha menstruação nunca foi regular. Deve ser normal, e essa laqueadura promete ajudar nesses meus sintomas”.

Pois bem, eis que chega o dia do procedimento e no mesmo momento, sua médica conseguiu ver um ou dois tumores e preocupada, a especialista interrompe a laqueadura. Ao acordar, a Cris recebeu o diagnóstico de câncer e a doutora informou que era necessário começar uma bateria de exames ali mesmo.

O Diagnóstico

Realizado os exames, descobriu-se que era um câncer no endométrio, em estágio 4+++.Foi então submetida a uma cirurgia muito delicada, pois quando o médico abriu, viu realmente a quantidade de tumores, (metástase no abdômen e em quase todos os órgãos). Ele resolveu lavar todos os órgãos dela, limpando para retirar o máximo de tumores que estavam grudados nos seus órgãos.

Mas é claro, que aquilo era só o começo de tudo o que a Cris iria passar a partir daquele momento. Por ter retirado grande parte do intestino, o médico implantou uma bolsa de ileostomia. *Para quem não sabe, é uma bolsinha externa que fica grudada na barriga do paciente ligada ao intestino delgado - onde é depositada as fezes; e várias vezes ao dia precisa ser esvaziada e higienizada.

Eventualmente, o paciente precisa conviver com a ileostomia permanente - ou seja, pro resto da vida com esse dispositivo, e seu médico avisou a família que não sabia como o corpo dela iria reagir com tamanha manobra. Ela conta que a dor era tanta, tão insuportável, que nem se lembrava mais dos filhos e de nada!

Apavorada com as imagens que passavam na sua cabeça, pediu pra família não contar pra ninguém o que estava acontecendo com ela, que sua vida ia acabar por causa daquela bolsa. Ela estava sentindo vergonha, dor e medo. Mas ela se recuperou!

A recuperação

Depois de 1 mês internada, saiu do hospital e resolveu viver, falar abertamente, aceitar o tratamento como algo bom. Sua vida estava começando ali, aos 36 anos, a partir desse diagnóstico, ou melhor, dessa atitude positiva dela, que naquele momento viu tudo fazer sentido. Ela enxergou seu propósito e significado de vida.

Por ser muito devota a Deus, percebeu de cara que aquilo era um chamado, e não um castigo! Por mais desafiador que parecesse, ela sabia que ia vencer, ela disse que tinha certeza, e essa certeza vinha de dentro dela.

Como a gente tem medo do desconhecido e a quimioterapia tem uma fama muito ruim por aí, ela foi pra primeira quimio bem preocupada. Mas, as coisas fluíram tão bem, foi tão tranquilo que ela saiu cheia de energia e pronta pra enfrentar o que desse e viesse! Registrava seus momentos, gravava vídeos, fazia seus looks e se cuidava bastante também!

Uma paciente como a Cris só recebe olhares de admiração, a família e o marido também ficaram tranquilos ao ver ela tão bem, para cima, forte, poderosa, e ainda, ajudando muita gente e desmistificando o câncer.

Voltando a rotina

Passados cerca de dois meses após a cirurgia, o casal sentiu a necessidade de voltar a se relacionar como marido e mulher, e começaram a namorar. Ela conta que foi ótimo, mesmo com a bolsa e as mudanças em seu corpo. Ela pontua que os dois têm sintonia e se entendem muito bem, não é de hoje.

Com tudo correndo bem, sentiu a necessidade de dar um jeito naquela bolsa para namorar melhor, então, começou a usar uns artifícios... ela conta que tinha uma sainha rendada que era perfeita, colocava para cima da bolsinha e ficava super linda e muito sexy. Tudo muito saudável para um casal jovem manter a relação, e ela conversou com diversas pacientes sobre o assunto, porque não é fácil, a gente sabe, tem as mudanças do corpo, a falta de libido, a falta de diálogo, intimidade, muitos fatores que só desestimulam.

Nas redes sociais, ela mostrava como usar traje de banho, como esconder a bolsa embaixo da roupa, tudo com a maior naturalidade! Escreveu um lindo livro “A mulher de bolsa”, com suas memórias, relatos divertidos e fotos da sua jornada, que recomendo muito. (Leia gratuitamente)

E aquela bolsa acompanhou a nossa Cat durante 6 meses! Uma verdadeira prova de humildade. Por causa da bolsa, ela conheceu muita gente especial que vai acompanhá-la para sempre.

Ajudando o próximo

Até hoje, a Cat frequenta hospitais, passa nos leitos para falar com o paciente recém diagnosticado, com os que estão passando por alguma cirurgia, ou internação… Logo nas primeiras visitas e no início do seu trabalho voluntário, ela percebeu que aquela era sua missão.

Muito estudiosa do evangelho, e com tanta espiritualidade sentiu que não estava só nas mãos dos médicos, que também teria que fazer a sua parte. Optar pela leveza durante todo o processo fez muita diferença, assim como falar abertamente sobre o câncer. Ela acredita que esse trabalho de dedicação ao próximo tem tudo a ver com sua cura.

Curada!

Hoje ela está livre do câncer! A Cris inspira não apenas pacientes oncológicos, conseguiu desmistificar o câncer para todos ao seu redor, suas amigas hoje veem o paciente oncológico com outros olhos, e quem teve o privilégio de conviver com ela nessa fase, aprendeu muitas lições, porque não é só a gente que fica doente, todo mundo que nos ama adoece também.

E apesar da sua grande cicatriz no abdômen, ela nunca deixou de exibir sua beleza. Usou biquínis e diversas barrigas de fora nos seus lindos looks. Está feliz e curtindo a vida!

Leia o livro da Cris Luz, “A mulher de bolsa” gratuitamente: http://bit.ly/amulherdebolsa

@luzdacriz


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