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Câncer e COVID-19
Data de publicação: 04/06/2020
Segundo as Sociedades Brasileiras de Patologia e Cirurgia Oncológica, desde o início da pandemia de covid-19 cerca de 50 mil brasileiros deixaram de ser diagnosticados com câncer. Outros milhares de pacientes, já com o tumor detectado, tiveram os tratamentos suspensos.
Até iniciar o declínio de casos de covid-19, que pode levar meses, os serviços de saúde devem se preparar para a retomada dos atendimentos suspensos e se adaptar para os milhares de novos diagnósticos acumulados durante meses.
Será que teremos um sistema de saúde preparado pra essa demanda???
Vejam as preocupações dos órgãos:
“O nosso medo é que tenhamos, daqui a alguns meses, uma epidemia de câncer em estágio avançado, inoperáveis, com baixa chance de cura”, alerta Clóvis Klock, presidente do Conselho Consultivo da Sociedade Brasileira de Patologia.
“Além do risco de muitos desses tumores não diagnosticados evoluírem e ficarem mais graves, temos um segundo problema, que é o represamento desses casos por vários meses. Nosso sistema de saúde não tem uma capacidade infinita de atendimento. Se já tínhamos problema de acesso e demora antes da pandemia, imagine acumular diagnósticos de quatro ou cinco meses e eles aparecerem todos de uma vez mais para frente. Teremos dificuldades para dar conta dessa demanda”, ressalta Paulo Hoff, diretor do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
“Desde o início da pandemia, suspendemos muitas cirurgias e mantivemos só as dos tumores mais agressivos. No começo não sabíamos quanto a fase mais crítica da pandemia iria durar. Com a expectativa de que teremos de três a quatro meses até passar o pico e começar um declínio de casos, teremos de adaptar os serviços de saúde para retomar esses atendimentos suspensos”, destaca Heber Salvador, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica.
“Nem sempre temos tempo de postergar por alguns meses um tratamento de câncer. Por isso é importante os pacientes entenderem que dentro do hospital há alas separadas e segurança para fazerem os procedimentos quando necessário”, ressalta Sérgio Araújo, diretor médico do Centro de Oncologia e Hematologia do Einstein.
Fonte: Estadão
? E você Cat, a pandemia do COVID-19, afetou seu tratamento oncológico?